Como saber se minha Calopsita está doente?
Os pássaros selvagens possuem um interesse primário e vital: se proteger dos predadores. Uma
doença ou lesão os torna alvos muito mais fáceis. Assim, no curso da evolução, as aves
“aprenderam” a disfarçar suas doenças. Por esta razão, quando um pássaro mostra sinais da
doença, eles já estão doentes a algum tempo. É importante, por isso, aprender a reconhecer os
sinais precoces de problemas.
Muitos proprietários lamentam, às vezes, mortes súbitas de suas Calopsitas, e se perguntam
porquê. Mas quando questionados sobre sinais ou sintomas específicos, a maioria admite
mudanças, ainda que não soubessem que isso poderia indicar um problema. Por isso, é vital
conhecer os hábitos e comportamento de sua Calopsita, para saber quando ela esta agindo
diferente.
Também é vital olhar diariamente as fezes, de modo a detectar variações na cor, quantidade e
consistência.
Deve-se sempre observar:
- Mudanças no comportamento: Calopsitas independentes se tornam mais carentes, ou mais
amorosas se tornam retraídas, ou uma Calopsita normalmente brincalhona perde interesse por
seus brinquedos ou se elas tornam-se encorujadas (com aparência de estarem “infladas”, com
as penas eriçadas), com asas caídas, desatentas, abatidas, sonolentas (olhos fechando
constantemente), ficam no fundo da gaiola ou sentados no poleiro, postura baixa no poleiro
(quase horizontal);
- Mudanças no conteúdo fecal: excrementos normais, em um Calopsita, são fezes verdes
(maior parte: porção intestinal) com urato branco ou creme seco e pastoso e urina incolor
(parte renal), na quantidade de 25 a 50 por dia. Se as fezes se tornarem pretas, aquosas, ou
de qualquer outra cor sem que haja mudança na alimentação, ou se elas diminuírem muito em
quantidade, é um problema;
- Mudanças na aparência e atitude: mudanças no apetite (perda ou aumento), maior ingestão
de água, mudanças ou perda da voz, mudas prolongadas (com penas perdidas e não
repostas), hábito de arrancar ou mastigar as penas (auto-mutilação). Cauda batendo
(acompanhando a respiração), fraqueza, vacilos freqüentes da cabeça, olhos com aparência
cansada, respiração ofegante e dificultosa ou mais forte que o normal, secreção ao redor das
narinas ou olhos, barulhos ao respirar (chiados ou espirros), penas manchadas de marrom
acima das narinas (sinal de nariz escorrendo), vômito, diarréia, cloaca suja, inchaços,
desidratação, pés gelados;
Qualquer sinal de alteração na sua Calopsita deverá ser levado a sério, procurando-se um
veterinário de aves rapidamente, pois as aves, após o desenvolvimento da doença, podem morrer
rapidamente se não tiverem auxílio profissional.
Problemas nos olhos
Os sintomas mais freqüentes indicativos de problemas nos olhos são piscadas freqüentes, olhos
fechados, vermelhidão, inchaço e secreção.
Esses sintomas podem ser causados por infecções bacterianas, vírus, fungos e ácaros,
deficiência de vitamina A, irritações (causadas por aerossóis, batidas ou briga com outra ave),
psitacose, infecção nos sinos nasais ou abscessos.
Se houver alguma secreção, limpe com colírio oftalmológico, ácido bórico oftalmológico ou soro
fisiológico.
Evite produtos que possam causar irritação. Mantenha neste caso, sua Calopsita longe de luz
intensa, que poderá á irritar mais ainda.
Vermífugo
Vermifugar as suas Calopsitas antes delas começarem a criar, colocar Avitrin Mebendazole na água por 3 a 5 dias. A vermifugação é feita pelo menos uma vez ao ano e sempre entre o período do
término da muda das penas e início da temporada de procriação. Vermífugo (Mebendazole -
Avitrin) só depois dos 5 meses.
“Pesadelos” noturnos
É comum que sua calopsita se assuste à noite, com vultos se movendo, luzes ou barulhos. Em
resposta, elas começam a bater freneticamente as asas, correndo serio risco de se machucar.
Quando isso ocorrer, você deve acalmá-la até que ela volte ao normal.
Para evitar esses sustos noturnos, o ideal é manter a gaiola coberta à noite.
Sangramento
Lave a área com peróxido de hidrogênio 3% e aplique pó anti-hemorrágico (como amido de milho,
farinha ou algum comprado na farmácia). Se necessário, cubra o ferimento com gaze e segure
firme por 2 minutos.
Se o corte for nos pés ou pernas, aplique pomada antibiótica. Se o corte é no corpo, cubra com
gaze ou band-aid.
No entanto, se o sangramento é em decorrência de uma pena em crescimento (que possui
irrigação sanguínea) que quebrou ou foi cortada erroneamente, o ideal é arrancar a pena. Só
assim o folículo irá fechar e parar o sangramento.
Para arrancar, uma pessoa deve segurar com cuidado a ave, enquanto uma outra arranca a pena
na base, com uso de um alicate pequeno (pinça não serve!). Em seguida, aplique algum pó antihemorrágico
com cotonete diretamente no folículo e pressione com uma gaze, até parar o
sangramento.
Sistema respiratório
Entre os principais sintomas envolvidos temos: dispnéia, corrimento nasal, inchaço infra-orbital,
respiração ofegante, movimento de cauda, ruídos respiratórios e espirros. Bactérias e fungos são
os principais agentes causadores de doenças respiratórias. Não devemos esquecer de vírus e
ectoparasitas (a sarna também pode afetar as narinas). Outros parasitas se instalam na traquéia,
prejudicando a vocalização das aves. Um quadro clínico bastante comum é chamado de Peito-
Seco, onde a ave apresenta alteração respiratória, diminuição do apetite e uma atrofia do músculo
peitoral. Tratamentos indicado: antibióticos e uma boa ambientação.
Doenças respiratórias são altamente transmissíveis, e evoluem em um tempo muito curto,
portanto devem ser detectados rapidamente e o tratamento iniciado o mais rápido possível.
Portanto, a prevenção é nosso principal objetivo.
Espirros e secreção nasal
Espirros poderão ser causados por irritações passageiras e alergias, mas também podem ser
sinais de problemas respiratórios.
Nesse caso, podem ser acompanhados de tosse (é possível ouvir chiados vindos da garganta) e
inflamação na garganta (mudanças na voz ou canto).
Quando as narinas estão com alguma secreção, as penas acima das narinas ficam
amarronzadas.
Esse problema pode ser causado por sementes ou algum objeto que entrou nas narinas, irritação
causada por aerossóis ou infecções.
Uma infecção respiratória tem como sinais secreção nasal e ocular, penas eriçadas, letargia,
arrepios e respiração ruidosa ou com dificuldade.
As causas mais comuns de infecções são variações grandes de temperatura no ambiente.
É proibido deixar sua ave ao lado de aquecedores de ar ou ar-condicionado, ou ainda deixá-la em
locais com correntes de ar ou exposta a chuva.
Se o problema é algum objeto nas narinas, tente retirá-lo cuidadosamente com cerdas de escova
ou cotonete.
Diarréia
É um dos problemas mais comuns nas aves, e podem ser um prenúncio de problemas graves.
Um excremento normal consiste em uma mistura de fezes (a parte verde e firme) e urina
(constituída da urina em si, liquida, e de uratos, mais consistentes e brancos).
A diarréia pode ser causada por problemas no trato digestivo e órgãos associados (pâncreas e
fígado) ou urinário, por infecções bacterianas, psitacose, giardíase, candidíase, mudanças na
dieta (principalmente pela ingestão de frutas), medicamentos e estresse.
Se a diarréia for isolada, e sua ave estiver alerta, sem mudanças no comportamento, não se
preocupe muito.
Administre soro caseiro três vezes ao dia, para cortar a diarréia, ou dê 2 gotas de pepto-bismol,
duas vezes ao dia.
Remova frutas e vegetais da dieta por um tempo.
Mas se a diarréia perdurar e sua ave apresentar qualquer outro sinal estranho, procure um
veterinário com urgência, pois poderá ser alguma doença em estado já avançado.
Psitacose, Chlamidiose ou Febre dos psitacídeos
Doença causada pela bactéria Chlamydia psittaci.
Nas aves, a infecção pode ser aguda ou crônica. Os casos crônicos são difíceis de diagnosticar;
uma ave pode incubar a bactéria por anos, de modo assintomático, aparentemente saudável.
Por vezes, podem mostrar-se sonolentas, com perda de apetite e asas sem brilho, opacas. Nos
casos agudos, o pássaro fica doente de repente, com olhos irritados e vermelhos (conjuntivite),
anorexia (perda de peso, podendo chegar até a quadros de peito seco) e diarréia verde.
Ainda, pode desenvolver problemas respiratórios (dificuldade em respirar, espirros), letargia,
problemas hepáticos, aumento do baço e até morte.
A bactéria é altamente contagiosa, sendo transmitida por via aérea, via fezes e fluídos
respiratórios (a bactéria consegue sobreviver em partículas por um bom tempo até ser inalada por
outro animal). A transmissão é aumentada pelo contato direto com pássaros doentes ou
infectados.
Pássaros jovens e estressados (doentes, em nova dieta ou em mudança) são os mais
susceptíveis.
O tratamento, se feito corretamente, tem altas chances de cura, e é feito a base de antibiótico
tetraciclina (oxitetraciclina, doxiciclina, vibramycin), durando 45 dias. Durante o tratamento,
qualquer fonte de cálcio deverá ser eliminada.